2017: Cem anos da Revolução Russa
Com informações do Blog Boitempo Editorial e do site Suputnik News
A Rússia celebrou no dia 7 de novembro o centenário da Revolução Russa, que teve fortíssimas consequências não só para a Rússia, mas também para seus vizinhos e outros países de todos os continentes, inclusive o Brasil.
De acordo com o professor de História João Cláudio Pitillo, em entrevista ao site Sputnik News, Império Russo deu lugar a uma república socialista soviética, criada logo após a Revolução de 1917, além de comentar a influência do movimento no Brasil e na América Latina.
Segundo o historiador, “o Brasil de 1917 não queria nem ouvir falar de Revolução Comunista na Rússia. Era uma Revolução que estava fazendo reforma agrária, empoderando os camponeses, e o Brasil agrário não queria ouvir falar nesses temas”.
Contudo, o Brasil de 1917 já tinha uma forte influência do pensamento anarquista. O movimento, explica Pitillo, era muito forte e chegou ao país junto com os imigrantes europeus. Até que, em 1922, foi fundado em Niterói, então capital do Estado do Rio de Janeiro, o Partido Comunista do Brasil, depois, a partir dos anos 1960, chamado de Partido Comunista Brasileiro.
“O movimento comunista nasceu no Brasil, como partido político, na mão de intelectuais e de um grupo que tinha acesso à leitura. Num primeiro momento, o PCB não foi um partido de operários, mas, sim, um partido de quadros intelectuais que tentavam entender as circunstâncias políticas do país”, destaca Pitillo.
Segundo ele, "há semelhanças entre o que aconteceu na Rússia em 1917 e o que aconteceu no Brasil em 1935". "E, depois, isso se espalhou por vários países da América Latina. Portanto, não há como negar, a Revolução Comunista Russa foi muito importante para o Brasil”, completa.
Para aprofundar os conhecimentos a respeito desse importante fato histórico, trazemos também um dossiê especial, elaborado pela Editora Boitempo. Intitulado “1917: o ano que abalou o mundo”, a série traz reflexões feitas por alguns dos principais pensadores críticos contemporâneos, nacionais e internacionais, sobre a história e o legado da Revolução Russa.
A HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO RUSA
Todd Chretien | Antes de Fevereiro
Kevin Murphy | A história da Revolução de Fevereiro
Yurii Colombo | Partindo da Estação Finlândia
Álvaro Bianchi e Daniela Mussi | Gramsci e a Revolução Russa
Eric Blanc | A revolução da Finlândia
Lars T. Lih | De Fevereiro a Outubro
Megan Trudell | As mulheres de 1917
Brendan McGeever | Os bolcheviques e o antissemitismo
Mike Haynes | Violência e revolução em 1917
Daniel Gaido | As Jornadas de Julho
Sarah Badcock | As revoluções camponesas de 1917
Paul Le Blanc | O golpe de Kornílov
O LEGADO DA REVOLUÇÃO RUSSA
Lincoln Secco | O futuro da Revolução Russa
Mauro Iasi | O que não aprendemos com a Revolução Russa
China Miéville | Por que a Revolução Russa importa?
Christian Dunker | O que Freud disse sobre a Revolução Russa?
Giovanni Alves | Revolução Russa: obstinação e contingência histórica
Flávia Biroli | A Revolução também foi feminista
Luis Felipe Miguel | A democracia e a Rússia revolucionária
Alain Badiou | Sobre a Revolução Russa de Outubro de 1917
Slavoj Žižek | As “Teses de Abril”, de Lenin
Michael Löwy | O significado histórico de Outubro de 1917
Christian Laval e Pierre Dardot | O que comemorar no centenário da Revolução de Outubro?
Daniel Bensaïd | As questõs de Outubro
Domenico Losurdo | A Revolução Russa e a ideologia dominante hoje
RELEITURAS
Eric Blanc entrevista China Miéville | Outubro e sua importância
Augusto Buonicore | Bem-vindo, Lênin!
Flávio Aguiar | As minhas revoluções soviéticas
Gilberto Maringoni | Laika, o quadrinho do ano russo
Michael Löwy | Leon Trótski e o programa de transição
Ricardo Musse | Um programa de ação revolucionária: Rosa Luxemburgo e a Revolução Russa
Luis Felipe Miguel | O Oito de Março e a legalização do aborto
José Paulo Netto | A. Lifschitz, editor e crítico
Antonio Carlos Mazzeo | O mundo um século após Outubro de 1917 | Sobre o novo livro de Domenico Losurdo
Alysson Leandro Mascaro | A obra-prima de Evguiéni Pachukanis
Daniela Lima | A revolução das mulheres: uma antologia necessária
Emir Sader | Lênin, numa hora dessas?
Milton Pinheiro | Marx, Engels e a Rússia
Demian Melo | A contribuição de Losurdo à crítica da historiografia revisionista
Mouzar Benedito | Revolução: coisa do passado?
Mouzar Benedito | Nem todo Lênin é leninista
CLÁSSICOS
Aleksandra Kollontai | O dia da mulher
Vladímir Lênin | O Estado: Uma das questões fundamentais da revolução
Vladímir Lênin | Em memória da Comuna de Paris
Lima Barreto, a Revolução Russa e o Brasil
O Blog da Boitempo recupera quatro artigos jornalísticos do excepcional escritor Afonso Henriques de Lima Barreto, todos escritos no calor da hora entre 1918 e 1919. A enérgica e afiada defesa pública da Revolução Russa que emerge nesses textos se mostra tanto mais audaciosa por parte de Lima Barreto se considerarmos que a tônica geral das referências da elite intelectual da época aos acontecimentos de Outubro e ao recém estabelecido governo soviético era bastante depreciativa, para dizer o mínimo.
14 de julho de 1918 | Vera Zasulitch / As mulheres da revolução Russa
5 de novembro de 1918 | No ajuste de contas…/”Manifesto maximalista”
30 de novembro de 1918 | Da minha cela
1° de março de 1919 | Sobre o maximalismo
Por fim, assista ao vídeo “Crise e legado da Revolução Russa”.
Para acessar todo o conteúdo do dossiê da Boitempo, clique aqui.