Imprimir

Campanhas salariais do Sindijus e suas implicações na vida dos servidores

.

15027810 1787239271541833 1539909394325243930 nAs campanhas salariais do Sindijus são o principal momento de disputa dos servidores no Tribunal de Justiça de Sergipe. Marcadas por abordagens criativas, reuniões com a gestão, assembleias, atos públicos, paralisações e até vergonhosas perseguições políticas. Geralmente acontecem no segundo semestre de cada ano, momento que antecede a data-base (janeiro). Os servidores se organizam e se mobilizam para defender suas propostas que são apresentadas através da pauta de reivindicações.

Antes da realização das campanhas, os servidores ficavam a mercê das propostas pensadas exclusivamente pelos desembargadores. E na maioria das vezes eles não pensavam nada que agradasse os trabalhadores. Prova disso que durante toda a década de 90 os servidores do TJSE não tiverem nenhum reajuste salarial e ficaram com os salários congelados e defasados durante anos.

No TJSE, a primeira campanha salarial dos servidores aconteceu em 2007. Foi uma campanha paralela, organizada como alternativa à resistência que havia no sindicato, na época, em fazer campanhas. A partir de 2008, as campanhas salariais dos servidores do TJSE passaram a ser organizadas oficialmente pelo Sindijus (na época denominado Sindiserj).

Nas primeiras campanhas, o foco era a implementação de um novo plano de cargos e salários. O resultado não foi satisfatório, porque em 2010 a gestão do TJSE impôs autoritariamente um novo plano que reduziu a progressão da carreira de Técnicos e Analistas, piorando a carreira até então vigente.

De 2011 em diante, os servidores mudaram as estratégias, ampliaram a pauta e passaram a incluir nas campanhas salariais todas as reivindicações financeiras, condições de trabalho e até propostas sobre o funcionamento do Judiciário.

Através das campanhas, nos últimos nove anos, os servidores do TJSE ainda não conseguiram construir o tribunal que desejam. Mas foi possível implementar conquistas importantes que tornaram o Tribunal de Justiça de Sergipe menos injusto, a exemplo: reajustes e aumentos salariais para os servidores efetivos; criação do auxílio saúde; aumentos no auxílio saúde em percentuais maiores para os servidores acima de 60 anos; criação e aprimoramento das regras de remoção; criação da gratificação de interiorização; fim da temporalidade da gratificação de interiorização; pagamento do auxílio alimentação nas férias e licenças; fim das faixas e isonomia com os juízes; congelamento dos valores dos cargos em comissão; entre outros.

As campanhas salariais do Sindijus se tornaram uma referência de luta e criatividade, que, ano a ano, demarcam os posicionamentos dos servidores sobre a política de valorização de pessoal e de funcionamento do Judiciário em Sergipe. Os servidores do TJ já denunciaram as mamatas do Judiciário, marajás, pratos vazios e até troféus abacaxis. Todas essas campanhas foram compreendidas com clareza pela população sergipana que, hoje, se acostumou a também questionar os excessos do Judiciário.

Neste ano, os servidores do TJSE colocam mais uma campanha salarial nas ruas para denunciar contrastes gritantes que os servidores da casa conhecem bem, mas os gestores insistem em ignorar: “Benefícios para os Juízes e a Sobra para os Trabalhadores”. Certamente, essa é mais uma campanha que promete deixar ideias dos trabalhadores sobre o Judiciário que vão durar além do período da disputa salarial.

 

Quer conhecer mais sobre a história das lutas dos trabalhadores do TJSE, acesse: www.memoriasindijus.org.br