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Com maior taxa para setembro desde o Real, inflação rompe os 10% e segue acelerando

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Além dos combustíveis, que não param de aumentar, energia sobe 29% em 12 meses, gás de botijão, 35% e carne, 25%

brasil 131021O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,16% no mês passado. Assim a inflação oficial em setembro é maior do ano e a mais alta para o mês desde 1994, no início do Plano Real. Agora, o indicador oficial de inflação no país soma 6,90% no ano – mais do que em todo o ano de 2020 – e em 12 meses rompe a marca de dois dígitos, chegando a 10,25%, marca superada em algumas regiões, segundo os dados do IBGE divulgados nesta sexta (8). Já o INPC anual se aproxima dos 11%. Oito dos nove grupos pesquisados alta no mês passado. Mais uma vez, o instituto destaca os aumentos da tarifa de energia elétrica e do preço dos combustíveis, entre outros itens. Como gás encanado e de botijão.

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Falta de chuva

Apenas a energia acumula alta de 28,82% em 12 meses. “A falta de chuvas tem prejudicado os reservatórios das usinas hidrelétricas, que são a principal fonte de energia elétrica no país. Com isso, foi necessário acionar as termelétricas, que têm um custo maior de geração de energia”, comenta o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.

Com a bandeira “escassez hídrica” e reajustes em algumas áreas, o custo médio da energia subiu 6,47% em setembro. Isso influenciou o resultado do grupo Habitação (2,56%). A taxa de água e esgoto também aumentou (0,37%), com mais reajustes regionais. O IBGE apurou ainda alta tanto do gás encanado (0,29%) como do gás de botijão (3,91%), que já acumula preço 34,67% maior em 12 meses.

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Combustíveis ainda pesam

Já o grupo Transportes subiu 1,82%, ainda mais do que em agosto (1,46%), com o peso dos combustíveis (2,43%). Segundo o IBGE, a gasolina aumentou 2,32%, em média (39,60% em 12 meses), e o etanol, 3,79%. Outras altas vieram do gás veicular (0,68%) e do óleo diesel (0,67%).

Além desses itens, o transporte por aplicativo voltou a subir, 9,18%, bem mais do que no mês anterior (3,06%). Depois de queda em agosto, as passagens aéreas aumentaram 28,19%. O instituto registrou ainda elevação em automóveis novos (1,58%), usados (1,60%) e motocicletas (0,63%), além da tarifa de ônibus intermunicipais (0,19%).


Alimentos sobem menos

Alimentação e Bebidas, por sua vez, variou menos: de 1,39%, em agosto, para 1,02%. Produtos para consumo no domicílio subiram 1,19%, com destaque para frutas (5,39%, com peso de 0,05 ponto percentual na taxa geral), café moído (5,50%, somando 28,54% em 12 meses), frango inteiro (4,50%) e em pedaços (4,42%). Também aumentaram os preços médios de batata doce (20,02%), batata inglesa (6,33%), tomate (5,69%) e queijo (2,89%). Do lado das quedas, o IBGE cita cebola (-6,43%), pão francês (-2%) e arroz (-0,97%). Depois de sete meses, o preço das carnes caiu (-0,21%). Mas soma 24,84% nos últimos 12 meses.

Fora do domicílio, a alta foi de 0,59%. A refeição subiu 0,94%, enquanto o lanche caiu 0,35%. Aumentaram ainda os preços da cerveja (1,32%), refrigerante e água mineral (1,41%).

Entre as áreas pesquisadas, o maior índice de inflação em setembro foi apurado no município de Rio Branco (1,56%) e o menor, em Brasília (0,79%). Na região metropolitana de São Paulo, 1,01%. Em 12 meses, o IPCA varia de 8,74% (Grande Rio de Janeiro) a 13,01% (Grande Curitiba), atingindo 9,73% em São Paulo. Também atinge dois dígitos em Recife (10%), Goiânia (10,29%), Belo Horizonte (10,30%), Fortaleza (11,19%), Campo Grande (11,25%), São Luís (11,27%), Porto Alegre (11,35%), Vitória (11,52%) e Rio Branco (12,37%).

Desde julho, o IBGE iniciou, de forma gradual, a coleta presencial de preços. Desde março do ano passado, o serviço vinha sendo feito via internet, por telefone ou e-mail, devido à pandemia.

Referência de inflação oficial em negociações salariais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 1,20%, também no maior resultado para setembro desde 1994. Está acumulado em 7,21% no ano e em 10,78% nos últimos 12 meses.

De acordo com o IBGE, produtos alimentícios subiram 0,94% no mês passado. Os não alimentícios tiveram alta de 1,28%.


Variações em 12 meses (IPCA)

Gasolina 39,60%
Gás de botijão 34,67%
Etanol 64,77%
Passagem aérea 56,81%
Café moído 28,54%
Tomate 24,32%
Frango 28,78%
Carnes 24,84%



Fonte: Brasil de Fato