logo mobile

Imprimir

Dieese aponta que 51% das negociações coletivas de agosto tiveram ao menos reposição da inflação

.

Entidade sindical registra ainda que 27,5% dos acordos salariais conquistaram aumento real

dieese 260922
Entre as negociações salariais coletivas referentes à data-base agosto, concluídas até o começo de setembro, 51% conseguiram ao menos recomposição dos salários diante da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo que 27,5% conquistaram aumento real, enquanto 23,5% registraram resultados iguais à inflação. O restante (49%) não conseguiu repor a inflação. O dados foram divulgados hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Em agosto, o INPC teve deflação pelo segundo mês seguido. Com isso, o reajuste necessário para “zerar” a inflação nas negociações com data-base em setembro (inflação dos 12 meses encerrados em agosto) é de 8,83%. Após 12 meses acima de 10%, a correção necessária para a data-base setembro é a menor desde junho de 2021, quando alcançou 8,90%”.

Em termos de salários, a variação real média dos reajustes foi de -0,28% no geral. Considerando apenas os reajustes acima da inflação, a variação real média no mês passado foi de 1,38%. Levando em conta apenas os resultados abaixo da inflação, a variação real média foi de -1,35%.

Segundo o Dieese, o percentual de reajustes pagos em duas ou mais parcelas foi de 9,4% em agosto. O indice é superior ao registrado em julho (8,9%), mas inferior ao de agosto de 2021 (12,9%).

Em relação ao ano de 2022 até agosto, o Dieese aponta que 20,5% dos reajustes resultaram em ganhos acima da inflação; 36,4% apenas recompuseram os salários e 43,2% tiveram perdas reais. Assim, reajustes iguais ou superiores ao INPC foram verificados em 56,9% dos acordos e convenções coletivas de trabalho.

O comércio é o setor em que a reposição acima e igual ao INPC foram mais frequentes até agosto (68,9%). Na indústria, o percentual de reajustes iguais e acima da inflação (66,2%) é um pouco inferior ao observado no comércio. Apesar disso, é no setor industrial que se observa a maior proporção de aumentos reais (26,2%). Nos serviços, mais da metade dos reajustes (51,6%) ficou abaixo da inflação no ano até agosto.

Os dados foram calculados pelo Dieese com base nas informações do Ministério do Trabalho e Previdência até 2 de setembro. 

Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor.



Fonte: Valor Investe