Feminismo, patriarcado e consumo desenfreado: 5 lições tiradas do filme de Barbie
Vogue já assistiu Barbie e compartilha aqui os destaques da produção estrelada por Margot Robbie e Ryan Gosling
Quem diria que a cultura pop e o cinema estariam em êxtase pelo live-action da boneca mais famosa do mundo. Pois bem, na última terça-feira, 18.07, aconteceu a primeira sessão de Barbie (@barbiethemovie) para a imprensa, com o cinema tomado por tons de rosa e ativações para tirar foto, seja dentro da caixa de papelão ou no conversível rosa da boneca.
Aplaudido enquanto os créditos subiam, Barbie apresenta o universo de plástico e cor-de-rosa com o olhar da diretora norte-americana Greta Gerwig, que já assinou filmes como Lady Bird, Bela Vingança e Adoráveis Mulheres, que tem no repertório em suas produções, as sutilezas do feminismo moderno. E em Barbie não seria diferente.
A boneca Barbie estereotipada (papel de Margot Robbie), é a Barbie considerada padrão, mas que se dá conta sobre o existencialismo e dilemas mundanos e para resolvê-los, ela precisa estar no mundo real para acalentar a criança interna de quem um dia já foi sua dona.
O filme é um deleite para os mais amistosos, com piadas, sátiras e ironia do começo ao fim. Seja com as próprias Barbies que saíram de circulação; com a própria Mattel e seu consumo desenfreado ou o excesso do estereótipo machista que está da cabeça aos pés de Ken (Ryan Gosling), ex-parceiro de Barbie (sim, os dois se separaram oficialmente em 2004).
Enquanto você se prepara para estar em dia com tudo o que está acontecendo sobre a boneca ou até mesmo querendo ter contato com seu universo de plástico, seja ouvindo as músicas que têm a loira como tema ou saber os truques de beleza para ficar como uma doll, Vogue compartilha os principais destaques do filme pop mais esperado do ano. Confira a seguir.
Barbielândia e o feminismo
A Barbielândia foi toda construída pelas Barbies. Ou seja, é um lugar que respira feminilidade do começo ao fim. Tem a Barbie presidente (estrelada por Issa Rae), a médica, as Barbies que ganham o Prêmio Nobel e por aí vai. A Barbie estranha também faz parte desse universo (aquela boneca que um dia foi gasta e usada ao extremo pelas crianças).
O universo imaginário da Barbielândia só existe porque um dia uma criança sonhou como ele seria. A paz no mundo cor de rosa só é ameaçada quando Ken descobre o que é o patriarcado e tenta fazer dele o seu novo reino.Tudo muda quando Barbie e Ken chegam ao mundo real. É o lugar onde Barbie é objetificada, levada como burra ou apenas um pedaço de carne. Opa, de plástico, na verdade.
Ken
á que falamos sobre o Ken, no filme percebemos que: o Ken é só o Ken; sem a Barbie ele não é nada. Com suas múltiplas versões, assim como a Barbie, o filme trata com altíssimo bom humor os estereótipos machistas que estão impregnados na imagem que o boneco passa até os dias de hoje. Vê-lo em cenas de completa necessidade emocional e existência por conta da grande estrela, a Barbie, é certeza de boas gargalhadas. Greta soube como mostrar que muitos dos desastres e atrocidades na humanidade tiverem o homem como principal responsável.
A Mattel
Sim, vivemos num mundo materialista, já cantava Madonna. E no filme, a Mattel passa a ser a grande nave-mãe. Mas, não pense que a marca será ilesa de autocrítica e piadas irônicas contra suas políticas ou práticas de consumo. O fato de só terem homens no comando para decidir o futuro de uma boneca, já entrega o que o filme vem a dizer.
Todas as versões de Barbie
É delicioso como o filme tira sarro das versões Barbie que não foram sucessos de venda, como a Midge, uma boneca grávida que vem com o bebê acoplado em sua barriga. O boneco Alan, amigo do Ken, interpretado por Michael Cera, é hilário em todas as suas cenas, e entre os bonecos masculinos, é o único que dá total apoio à Barbie.
Abraçar a criança interna
Fora das telas, parece que voltou a ser cool gostar de rosa. E o filme também alimenta esse discurso. America Ferreira (@americaferrera), atriz que eternizou Ugly Betty nos Estados Unidos, vive a funcionária da Mattel e mãe de uma adolescente que odeia a Barbie, ao contrário dela. As duas vivem um dilema geracional, até entenderam que na verdade, está tudo bem brincar com bonecas, seja agora ou no passado. A relação com as duas propõem esse debate porque a mãe projetou na boneca o seu mundo ideal, já a filha, desapegou cedo da brincadeira por não estar de acordo com os símbolos sociais e capitalistas atrelados à Barbie. Uma boa discussão para ver sentado comendo pipoca.
Fonte: Vogue