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Fenajufe defende nível superior para Técnicos Judiciários federais em reunião no CNJ

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Federação tratou também do reenquadramento dos auxiliares durante encontro com o conselheiro Marcio Luiz Freitas

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A semana continua intensa e com muitas agendas da Fenajufe em defesa das servidoras e servidores do PJU e MPU. Na manhã dessa quarta-feira (29), a Federação se reuniu com o conselheiro Marcio Luiz Freitas, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para levar temas importantes para a categoria. Na pauta, alteração do nível de escolaridade para ingresso na carreira de técnico (NS), recomposição salarial, desjudicialização (PL 6204/2019) e reenquadramento dos auxiliares.

Participaram do encontro as coordenadoras Luciana Carneiro e Márcia Pissurno e o coordenador Manoel Gérson.


NS

Os coordenadores falaram sobre a importância do encaminhamento do NS, pauta amplamente debatida na categoria, e que vai valorizar o cargo de técnico — no total do Poder Judiciário, quase 80% dos servidores possuem curso superior ou pós-graduação. Os diretores lembraram que o Banco Central, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Polícia Legislativa do Senado e da Câmara já estão reconhecendo o nível superior para o cargo de técnico.

Os dirigentes citaram o PL 3662/21, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que está parado no Senado desde a aprovação na Câmara. O PL transforma quatro cargos da carreira de auxiliar e 192 de técnico em 118 cargos de analista judiciário no âmbito do tribunal e foi aprovado na Câmara dos Deputados com duas importantes emendas articuladas pela Federação: a primeira que reconhece os cargos de técnicos e analistas como atividades essenciais à justiça; já a segunda acrescenta dispositivo para estabelecer o nível superior como critério de ingresso para o cargo de Técnico Judiciário.

Os coordenadores pediram apoio do conselheiro ao pleito do NS, tendo em vista que a mudança não causa nenhum impacto financeiro e promove a valorização do cargo de técnico, pois, já desempenha funções de nível superior. O NS foi amplamente debatido no Fórum Permanente de Gestão da Carreira dos Servidores do PJU.


Auxiliares

Outro tema levado ao conselheiro foi o reenquadramento dos auxiliares, também debatido no Fórum de Carreira, que inclusive aprovou a proposta de minuta de Projeto de Lei da Fenajufe para alteração da Lei 11.416/2006 com objetivo de estender o enquadramento já previsto no Art. 5º da Lei 8.460/92 aos demais servidores que ocupam a categoria de auxiliar operacional de serviços diversos, artífices e auxiliares judiciários.

A minuta foi encaminhada à secretaria-geral e remetida à presidência do CNJ para avaliação do melhor caminho para envio do anteprojeto ao Congresso Nacional.


Desjudicialização

Alerta que a Federação levou ao conselheiro Marcio Luiz foi sobre os projetos em curso no Congresso Nacional que visam a privatização de parte das atividades do Poder Judiciário. Um deles é o PL 6204/2019, que trata da desjudicialização da execução de títulos, cujo relator é o senador Marcos Rogério (PL-RO), base do governo. A Fenajufe está atenta ao PL e articula para que o projeto não seja pautado em plenário e tenha sua instrução garantida na CCJ do Senado.

Outro projeto, desta vez na Câmara, é o PL 1706/21 - que traz prejuízos consideráveis aos atos de comunicação do processo permitindo que sejam realizados pelos tabeliães, deixando o poder coercitivo que cabe ao sistema de Justiça na mão do lobby dos cartórios. O autor do PL é o deputado Delegado Pablo (União-AM); por ter caráter conclusivo, a matéria já poderia ser enviada ao Senado. A Fenajufe, em trabalho conjunto com a Fenajud, Fenassojaf, Afojebra e Fesojus conseguiu as assinaturas necessárias para endossar o recurso apresentado pelo deputado Ricardo Silva (PSD-SP) para que a matéria seja discutida em plenário.

Os coordenadores falaram sobre o quão nocivas essas propostas são para o Poder Judiciário, uma vez que fazem parte da política de enfraquecimento das instituições e do serviço público promovida pelo governo Bolsonaro, e que causará maior prejuízo à população mais carente.


Recomposição salarial

No último ponto de pauta, os diretores enfatizaram a importância da campanha pela recomposição salarial e a mobilização para que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, encaminhe projeto de recomposição salarial para as servidoras e servidores ainda em 2022. Em resposta à consulta feita pela Casa Civil, Fux disse que o Poder Judiciário tem orçamento próprio capaz de bancar o reajuste.

Fenajufe e Sindicatos de base seguem mobilizados e pressionando o STF: ontem, após a reunião no CNJ, as entidades realizaram ato na lateral da Corte e na entrada da garagem por onde os ministros chegam. Nova manifestação está programada para esta quinta-feira (30).

O conselheiro ouviu as preocupações da Fenajufe, estabelecendo interlocução sobre os temas tratados, apontando limitações à sua atuação institucional. Freitas ficou de analisar também a nota técnica em que o CNJ se posiciona contra o PL da desjudicialização. Os pontos defendidos serão sistematizados e enviados em ofício pela Federação.



Fonte: Fenajufe