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Luta das mulheres e arte ecoam no 8 de março pela Orla de Atalaia

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Fonte: CUT Sergipe/ Por Iracema Corso

 

 

mulheres 8 de marçoO protesto do Dia Internacional da Mulher – o 8 de março – tomou as avenidas da Orla de Atalaia com a força da cultura. O grupo percussivo ‘Batalá Sergipe’ puxou o cortejo de protesto até o terminal da Atalaia. No trajeto, panfletagem e muita conversa com a população de Aracaju que neste domingo de sol a pino desceu todinha para a praia.

Segundo a secretária da Mulher da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), Cláudia Oliveira, mais de 50 organizações sindicais e do movimento social participaram do protesto que também teve a apresentação cultural do grupo percussivo do SINTESE ‘Batucada Sons da Luta’, o rap das ‘Bruxas do Cangaço’, ‘Isis Broken’, ‘Mulheres na Roda de Samba’, ‘Artigo 163’, entre outras apresentações.

“O sol estava de arrebentar, mas conseguimos fazer um bom ato. Por ser um domingo, foi muito importante a composição da cultura no ato. Tivemos seis apresentações excelentes. As atrações culturais atraíram muita gente e fizemos o debate político feminista. A luta não acabou, na terça-feira (10/3) o Fórum de Mulheres de Sergipe irá se reunir para avaliar e dar continuidade às diversas atividades ainda para o mês de março, como finalizar os documentos com as nossas pautas de reivindicações, avaliar o 8M e dar continuidade às nossas ações de luta por direitos”, avaliou Cláudia Oliveira.

Durante o ato, a professora Arlete Silva, militante do movimento negro, dirigente do SINTESE e secretária de Combate ao Racismo da CUT/SE, criticou a reforma da Previdência de Bolsonaro e Belivaldo. “Eu estou aqui como professora, mulher negra e membro do movimento negro. Viemos denunciar o feminicídio e o racismo. A gente vê o governo Belivaldo que só sabe retirar nossos direitos, enviou para a assembleia uma reforma da previdência que só prejudica os servidores públicos. Estamos à beira de abril, um mês que será crucial e tenebroso para trabalhadores e principalmente para as nossas aposentadas que terão uma redução no salário de 14%. A gente precisa derrubar esta reforma. Na próxima semana o funcionalismo público vai se juntar num grande ato para dizer: fora Bolsonaro, fora Belivaldo e fora Edivaldo Nogueira”, protestou.

Joelma Dias, dirigente do Sindipema e secretária de Organização e Política Sindical da CUT/SE, observou que no Brasil nunca tivemos um presidente tão machista e homofóbico, por isso estava escrito na maioria dos cartazes: ‘Fora Bolsonaro’. “A mulherada do movimento social foi para as ruas. Foi um momento de muita reflexão na luta sexista em combate à violência contra a mulher. Muitos carros que passavam manifestaram concordância. De um modo geral, em apoio, a participação da população foi muito boa. Ocupamos as ruas para mostrar que a mulher luta e resiste contra o machismo”, registrou.

Através do panfleto distribuído no ato, o movimento feminista denunciou que a cada 2 minutos 1 mulher sofre violência doméstica e a cada 2h uma mulher é assassinada. São oficialmente registrados 80 estupros por dia. Em Sergipe, só em 2019, tivemos 21 casos de feminicídio. Mulheres são exploradas sem trabalho remunerado e só 30% tem acesso ao trabalho para manter suas famílias.

A falta de política pública preventiva sobre a gravidez na infância e adolescência também foi denunciada, pois 25% dos partos são de meninas com idade entre 10 e 19 anos. As mulheres trabalhadoras denunciam a falta de creche, pois só existem vagas para 14% das crianças e bebês em idade de creche e educação infantil.

No ato estiveram presentes trabalhadoras e trabalhadores organizados nas entidades sindicais CUTistas: Sintese, Sindijus, Sindomestica, Sindipema, Sinergia, Sindijor, Sindtic, Fetam e SindiBrito.