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OIT diz que vacinação vai definir ritmo da recuperação do trabalho no mundo

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Projeção da Organização Mundial do Trabalho (OIT) é que recuperação do mercado de trabalho será desigual no mundo todo

vacinação e emprego


Por Aécio de Paula

Foto: divulgação

A projeção não é boa. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a tendência é que o mercado para os trabalhadores se recupere de forma desigual em todo o mundo. E segundo eles isso vai acontecer porque o ritmo da vacinação não é o mesmo em todos os lugares.

Então a lógica é que os países que estão com o processo de vacinação contra a Covid-19 andando mais rápido terão uma recuperação dos trabalhadores mais veloz. Ao mesmo passo, as regiões que estão demorando para vacinar a sua população irão demorar mais para voltar ao normal.

Tudo isso serve para mostrar que a situação dos trabalhadores em alguns locais do planeta ainda vai demorar para melhorar. Na semana passada, a Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que a expectativa é que cerca de 220 milhões de pessoas irão acabar esse ano de 2021 ainda sem emprego.

E isso, como dito, vai acontecer de maneira desigual em todo o mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a situação tende a ser um pouco melhor do que a média geral. É que o país está passando por um processo de vacinação muito veloz. Então a tendência é de retomada dos empregos com mais velocidade.

Por outro lado, países da África devem passar muito tempo para se recuperar deste baque. É que no continente, vários países ainda estão tentando buscar as primeiras doses da vacina contra a Covid-19. Diante desta situação, é natural imaginar que os trabalhadores irão demorar para sentir uma normalidade novamente.


Queda no mercado de trabalho

No dia 7 de junho, o diretor geral da OIT, Guy Ryder, disse em entrevista que a situação atual é quase como um “cataclismo”. Em um discurso duro, ele deixou claro que a pandemia do novo coronavírus vai deixar marcas profundas nas relações de trabalho em todo o mundo.

“O impacto tem sido devastador, cataclísmico”, disse Ryder. “Como um todo, isso representa uma crise mundial do trabalho quatro vezes mais severa do que a crise financeira de 2008-2009”, completou o diretor da OIT com uma expressão de muita preocupação.

À medida que olhamos cada vez mais para o processo de recuperação, com algumas economias crescendo rapidamente, muito rapidamente e empregos agora sendo criados em grande velocidade, acho que precisamos estar conscientes de como a recuperação será desigual se continuar em sua trajetória atual”, disse Ryder.

Vacinação no Brasil

Olhando, aliás, apenas para a situação do Brasil, a figura não muda muito. É que por aqui a lógica parece ser a mesma. Quanto mais rápido a vacinação andar, mais rápido as pessoas poderão voltar aos seus trabalhos normalmente. É que uma coisa tem total relação com a outra.

O discurso da OIT é diferente da versão do Governo Federal do Brasil. Em entrevistas recentes, o Presidente Jair Bolsonaro vem dizendo que a culpa pelo desemprego das pessoas é dos Governadores que estão praticando fechamentos por causa da pandemia do novo corinavírus.

Na visão da Organização Internacional do Trabalho, o desemprego hoje, no Brasil e no resto do mundo, seria um reflexo da velocidade da vacinação nesses países. São portanto duas versões diferentes para uma mesma história. O Presidente Jair Bolsonaro, no entanto, não fez nenhum comentário sobre a projeção da OIT.