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População aprova serviços prestados pelos servidores do TJSE

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Mesmo sem condições salariais e de trabalho durante a pandemia, dados confirmam que os servidores continuaram prestando serviços de qualidade à população sergipana

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Em meados de setembro, o Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) publicou o relatório referente à 13ª Pesquisa de Satisfação 2021, realizada entre 19 de julho e 13 de agosto. No levantamento feito 100% em modo virtual, com 344 respostas, alguns números chamam a atenção, entre eles a aprovação aos serviços de atendimento prestados pelos servidores: 62% diz-se satisfeita, enquanto apenas 38% das pessoas consultadas manifestou desaprovação.

Vale observar o esforço dos servidores, durante a pandemia, para garantir que o atendimento prestado à população continuasse, inclusive, custeando do próprio bolso a infraestrutura necessária para manter o Judiciário funcionando em home office. Durante toda a pandemia, a gestão do TJSE transferiu para os trabalhadores a responsabilidade pelo fornecimento das ferramentas de trabalho remoto, ao mesmo tempo que desrespeitou direitos e manteve salários defasados.

“Vivemos momentos muito difíceis, inclusive, com a perda de colegas e de familiares. Infelizmente, o Judiciário sergipano se omitiu da responsabilidade de promover condições adequadas de trabalho, fato que, com a pandemia, se agravou. Já sofríamos com as preocupações com a saúde e sobrecarrega de trabalho, mas nesse período isso ficou mais agudo. Nem por isso prestamos um atendimento inferior, como agora foi reconhecido pela população na pesquisa”, destacou a coordenadora geral do Sindijus, Sara do Ó.

Apesar dos pesares, a população reconheceu o valor dos trabalhadores do TJ. Ao comparar a satisfação com os serviços prestados pelo Tribunal, nos anos 2020 e 2021, a pesquisa registra que a aprovação manteve-se alta: 85% ano passado e 80% este ano. Outro aspecto do levantamento é que 242 pessoas – 70% – responderam ser operadoras do Direito (advogados, defensores, promotores etc.). Apenas 102 pessoas foram classificadas como “cidadãos comuns”.

Para o economista do Dieese, Luiz Moura, o perfil do usuário respondente acaba afetando o resultado da pesquisa. “O que vi e chama a atenção, salta aos olhos, é que a grande maioria da pesquisa foi feita com operadores do direito. Apenas 30% das pessoas que não eram operadores do direito responderam. E a pesquisa extrai o resultado a partir dessa lógica. Quando você qualifica o universo, você também restringe o resultado. Uma coisa é você entrevistar o usuário simples, que foi à Justiça demandar algum serviço judicial, outra coisa é você qualificar e extrair o resultado do operador do direito. É claro que o índice de satisfação, num caso ou outro, será resultado dessa qualificação pessoal”, avaliou.


Consulta processual


A grande maioria dos entrevistados, 80%, aprovou o trabalho dos servidores prestados durante a consulta processual, mesmo diante das dificuldades de realizar a maior parte desse serviço on line. Apenas 20% do público respondente mostrou alguma insatisfação.


Conciliação


No caso de resposta sobre quem presidiu as audiências ou sessões de conciliação, a maioria (68%) informou que as mesmas foram conduzidas por conciliadores ou mediadores, enquanto apenas a minoria (32%) foram encabeçadas por juízes. A satisfação com a condução das conciliações, realizadas na maioria por servidores, também foi alta: 86% disseram ter aprovado a maneira como foi conduzida.


Queixas da minoria


Sobre a natureza das queixas da minoria dos usuários que disseram estar insatisfeitos (38%), foram destacados três motivos de insatisfação: servidor desinformado, servidor grosseiro e servidor sem habilidade com o sistema ou computador. Ao detalhar a amostra, o TJSE indicou que 92% dos usuários avaliaram os serviços prestados de modo não presencial (on-line, virtual, e-mail, WhatsApp, ligações telefônicas e outros), enquanto 8% avaliou o serviço prestado presencialmente.


Corregedoria


O atendimento realizado pela Corregedoria também foi avaliado. As pessoas foram questionadas se estavam satisfeitas, ou não, com o último contato feito com a Corregedoria. Dos que consultaram, 46% se disse insatisfeita e enquanto 54% manifestou aprovação.


Confiança no TJSE


O percentual de usuários que confiam no Poder Judiciário sergipano nos últimos três anos apresentou queda, apesar de a grande maioria afirmar que deposita confiança no Judiciário sergipano. Em 2019, o percentual dos que não confiavam era de 12%, em 2020 subiu para 15% e este ano alcançou os 17%. Já o nível de satisfação dos usuários com os serviços prestados pelo TJSE nos últimos três anos também refletiu queda. Os insatisfeitos passaram de 3% em 2019, para 15% em 2020 e subiu sete pontos, para 20%, em 2021.


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