logo mobile

Imprimir

Sindijus participa de #8 de Março em Aracaju

.

Centenas de mulheres saíram às ruas do Centro e chamaram a atenção para a luta das trabalhadoras, do campo e das cidades, no Dia Internacional das Mulheres

8M 750x510

Quem esteve no Centro de Aracaju na manhã desta quarta-feira, dia 8, ouviu palavras de ordem entoadas por mulheres, homens e crianças de várias partes do estado, que participaram da marcha ‘pela vida de todas as mulheres, por nenhum direito a menos e sem anistia para golpistas’. O ato foi organizado pelo Fórum de Mulheres em Sergipe, coletivo criado há dois anos, do qual o faz parte.

Nas falas feitas por representantes de diversos dos movimentos sociais e sindical, foi lembrado que a dificuldade de participação feminina nos espaços de debate e luta está relacionada diretamente com a tripla jornada vivida pelas mulheres, condição que contribui para intensificar o conflito trabalho-família nas mulheres, que também vê nessa situação empecilho para atuar nos espaços de elaboração e discussão política.

“Então, é importante chamar as companheiras para se unir ao esforço de trazer as mulheres para a luta organizada por mais direitos. Nós vimos que muitos dos sindicatos cutistas – entre eles o Sindijus - estão apoiando e dando suporte para que esse 8 de março seja realizada com grande participação feminina. E esse foi um dos motivos que nos levou a participar de diversas reuniões que resultaram nesse ato tão bonito”, descreveu Sara do Ó, coordenadora de Aposentados e Pensionistas.

A coordenadora de Mulheres, LGBTI e Políticas Sindicais do Sindijus, Sonale Alcântara Ramos, analisa que a data vai além das tradicionais homenagens com flores. “É mister refletirmos sobre as meninas, as adolescentes e as mulheres que são desrespeitadas em seu direito a vida, a segurança e a paz. Segundo estudo da Rede de Observatórios da Segurança em matéria ‘Feminicídio e violência contra a mulher’, em 2022, a cada 4 horas uma mulher foi vítima de violência e a cada dia uma mulher morreu pelo fato de ser mulher”, revela.

De acordo com o levantamento, a violência contra a mulher é o terceiro indicador de violência mais registrado pela Rede de Observatórios de Segurança. “Diante dessa realidade desumana, se faz necessária ação do estado em prol da prevenção da violência contra o ser que simboliza a vida e a reprodução humana em diversos espaços domésticos. Meninos, jovens e homens precisam e merecem uma educação a favor do respeito e da vida”, destacou Sonale.

Durante o ato, que contou com parada em frente à Câmara de Vereadores de Aracaju e a Assembleia Estadual de Sergipe (Alese), a secretária de Mulheres da CUT Sergipe, Cláudia de Oliveira Santos, destacou que a Central vem construindo e tentando trazer ao máximo a pauta das mulheres trabalhadoras para o centro do debate.

“E a CUT sempre esteve à frente desses movimentos e dos atos em busca da mulher trabalhadora. E é importante, ‘sem nenhum direito a menos’ continua na nossa pauta, mas também uma pauta importante que a gente vem debatendo é sobre a paridade. A gente precisa, urgentemente, ter paridade em todos os espaços, inclusive nos sindicatos e nas Casas Legislativas. Infelizmente, para exemplificar esse descaso, os deputados se recusaram a interromper a sessão – como os vereadores da Câmara fizeram – para receber um grupo de mulheres e o manifesto desse 8 de março”, lamentou.

Para Marília Cerqueira, também organizadora do ato unificado 8 de março em Aracaju, a realização de atividades todos os anos é primordial. E em 2023 a luta em Sergipe evoca o combate que é nacional. “Estamos aqui na luta novamente, por nenhum direito a menos, por igualdade de salários. As mesmas pautas se repetem, sim, todos os anos, mas é porque a gente tem uma estrutura que é patriarcal, que é machista e que coloca a nós, mulheres, de escanteio”, disse.

E é verdade. Em um levantamento do Ministério da Igualdade Racial, a violência coloca recorrentemente as mulheres negras no topo da pirâmide dos casos e o feminicídio, considerado pelo órgão o “mal do século”, pois atinge todas as mulheres e deve ser debatido de forma coletiva.

“Olhar pra mulher como sujeito de direito requer ações voltadas para suas especificidades e para as necessidades dos meninos, meninas e jovens. Pois a mulher é a referência da vida pessoal e comunitária. Ações preventivas de violência e também ações de impeçam que agressores continuem agredindo a novas vítimas. A cada feminicídio, uma ação preventiva. A cada homem agressor uma ação para este sujeito mudar seu comportamento. Lutemos por políticas públicas pra homens e mulheres saudáveis”, destacou Sonale Freitas.