A discussão sobre a redução da jornada de trabalho vem acontecendo ao redor do mundo, e no Brasil não é diferente.
A proposta é justamente reduzir a jornada em horas ou em dias, mas será que funciona? Veja o que outros países já fizeram!
Redução para 28 horas na Alemanha
A Alemanha é um dos países que mais vem investindo na redução da jornada de trabalho, já implementando os testes desde fevereiro de 2024.
Nesse sentido, uma série de empresas no país anunciaram a parceria com a 4 Day Week Global (4DWG), entidade que propõe a redução da jornada pelo mundo.
O objetivo é trabalhar por apenas 4 dias na semana, mas mantendo o mesmo salário. Por hora, trata-se de um caráter experimental, mas já há projetos de lei para a redução de maior abrangência.
As baixas médias da Holanda
A Holanda é um país que há muitos anos investe em uma jornada menor de trabalho, nem apenas com uma lei trabalhista específica.
Nesse sentido, há tempos a Holanda encabeça a lista dos países em que a população trabalha menos horas, em média.
De acordo com as projeções, a média de trabalho holandesa é de cerca de 5,8 horas diárias, bem menos do que as 8 horas instituídas no Brasil.
Pesquisa na Inglaterra
Para verificar as possibilidades da inserção da jornada de trabalho ao redor do mundo, foi realizada uma pesquisa de campo na Inglaterra.
O Instituto Autonomy realizou uma pesquisa entre junho e dezembro de 2022, que reuniu cerca de 61 empresas para medir se a redução da jornada de trabalho impactaria na produtividade das empresas.
De acordo com o Autonomy, a redução de 5 para 4 dias de trabalho não impactou negativamente a produção, pelo menos nas áreas estudadas.
Jornada de trabalho de 4 dias na Bélgica
A Bélgica foi um dos países que já apresentou testes para o trabalho em 4 dias.
Porém, no país europeu, a proposta é de concentrar as horas de trabalho de 5 em 4 dias para os trabalhadores de algumas áreas.
Nesse sentido, ao invés de trabalhar 8 horas por 5 dias, a proposta é trabalhar 10 horas por 4 dias, totalizando as mesmas 40 horas semanais.
Programas governamentais na Espanha e no Japão
A Espanha vem implementando um programa de incentivo para as empresas que reduzirem a carga horária de trabalho de seus funcionários.
A proposta é de oferecer compensações financeiras para quem implementar uma rotina de 32 horas semanais.
Outros países contam com projetos parecidos, como acontece no Japão e na Escócia, países que buscam incentivar financeiramente a redução da jornada.
O que esperar do futuro?
A exemplo da taxação das grandes fortunas, a redução da jornada de trabalho deverá ser amplamente discutida ao redor do mundo, e no Brasil não será diferente.
Nesse sentido, uma nova medida aprovada pelo Senado Federal criou as bases para permitir a negociação entre sindicatos e empregadores para a promoção da redução da jornada.
Ao longo dos próximos anos, o Senado deve votar novas regulamentações para permitir a medida no país.
Autor: Gabriel Gonçalves é formado em Comunicação Social pela Unicamp e mestrando em Cultura e Comunicação pela Universidade de Lisboa.
Fonte: Brasileiro Trabalhador