Tomate, batata, arroz e açúcar registram quedas expressivas de preço; salário mínimo necessário é 4,6 vezes maior que o piso nacional, segundo o Dieese

O custo da cesta básica em Aracaju apresentou redução em setembro de 2025, acompanhando a tendência de queda registrada em 22 das 27 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceria com a Conab. A retração dos preços foi impulsionada principalmente pela maior oferta de alimentos como tomate, batata, arroz e açúcar — itens essenciais da alimentação das famílias brasileiras.
De acordo com o levantamento, as maiores quedas entre as capitais ocorreram em Fortaleza (-6,31%), Palmas (-5,91%), Rio Branco (-3,16%), São Luís (-3,15%) e Teresina (-2,63%). Em Campo Grande, por outro lado, o custo da cesta subiu 1,55%, sendo uma das poucas cidades a registrar alta no período.
Entre os produtos que mais contribuíram para a redução do valor total da cesta, o tomate teve queda em 26 capitais, beneficiado pelo avanço da safra nacional, que ampliou a oferta e reduziu os preços no varejo. A batata também ficou mais barata em quase todo o país, com exceção de Belo Horizonte, devido ao aumento da colheita da safra de inverno. Já o arroz agulhinha teve redução em 25 capitais, reflexo do recorde de produção da safra 2024/2025, que elevou a oferta interna e pressionou as cotações para baixo. O açúcar registrou queda em 22 capitais, influenciado pela maior produção nas usinas paulistas e pela redução dos preços internacionais, provocada pela expectativa de maior oferta na Ásia.
Mesmo com o alívio nos preços da alimentação, o salário mínimo necessário para cobrir as despesas básicas de uma família com quatro pessoas foi calculado em R$ 7.075,83 em setembro — valor 4,66 vezes superior ao salário mínimo oficial, de R$ 1.518,00.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulou alta de 5,10% nos últimos 12 meses, enquanto o grupo de alimentação e bebidas teve variação acima da média, de 6,40%. No caso da alimentação fora do domicílio, o aumento foi ainda maior, chegando a 8,15% no mesmo período.
A desaceleração dos preços da cesta básica e o controle inflacionário indicam um cenário de alívio temporário no custo de vida, mas o poder de compra das famílias de baixa renda ainda segue comprometido. Segundo o Dieese, o desafio permanece em garantir que a recomposição salarial acompanhe o ritmo da inflação de alimentos — um dos componentes que mais impactam o orçamento das famílias trabalhadoras.
Fonte: DIEESE


