A maior parte dos chamados nem-nem não está na ociosidade. Na verdade, está procurando trabalho, lidando com afazeres domésticos (casa, filhos ou parentes) ou realizando cursos não regulares. Apenas 7% dos jovens não estavam envolvidos nessas atividades.
A ideia de que os jovens estão nessa situação por falta de vontade de trabalhar ou de estudar não se aplica na maior parte dos casos. Há evidências de que, em geral, essa é uma condição transitória. Algumas estatísticas sobre o 2° trimestre de 2024 mostram a seguinte realidade:
- Apenas 1,4% dos jovens afirmaram que realmente não queriam trabalhar.
- 23% dos jovens sem trabalho e fora da escola tinham procurado ativamente trabalho no mês em que foram entrevistados pelo IBGE.
- 12% das mulheres declararam que não podiam trabalhar porque tinham que cuidar de afazeres domésticos – ou seja, na verdade, estavam trabalhando, mas não são
consideradas como força de trabalho. - 8% dos jovens sem trabalho e fora da escola faziam algum tipo de curso ou estudavam por conta própria.
É preciso considerar que boa parte desse grupo populacional está em período de transição, saindo da escola e buscando inserção no mercado de trabalho, fase em que enfrenta elevada instabilidade. Leia o boletim completo do Dieese clicando aqui.
Fonte: Dieese