As centrais sindicais são entidades que fazem parte da estrutura sindical brasileira, de representação geral dos trabalhadores e de abrangência nacional. Surgem a partir da compreensão de que a luta dos trablhadores não deve se limitar à pauta corporativista dos sindicatos. Funciona como um espaço que reune entidades sindicais representativas de diversas categorias para disputar as pautas políticas gerais frente à classe patronal dominante.
Como associações supracategoriais, as centrais se constituem – do ponto de vista social, político e ideológico – como entidades líderes do movimento sindical, que atuam na organização e orientação de toda a pirâmide sindical do país: nos sindicatos, federações e confederações.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) é uma central sindical brasileira de massas, em nível máximo, de caráter classista, autônomo e democrático, cujo compromisso é a defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora.
Baseada em princípios de igualdade e solidariedade, seus objetivos são organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo, do setor público e privado, ativos e inativos, por melhores condições de vida e de trabalho e por uma sociedade justa e democrática.
Presente em todos os ramos de atividade econômica do país, a CUT se consolida como a maior central sindical do Brasil, da América Latina e a 5ª maior do mundo, com quase 4 mil entidades filiadas, e cerca de 8 milhões de trabalhadores associados e 24 milhões de trabalhadores na base. Em Sergipe, são 80 entidades sindicais filiadas.
Desde sua fundação, a CUT tem atuação fundamental na disputa da hegemonia e nas transformações ocorridas no cenário político, econômico e social ao longo da história brasileira, latino-americana e mundial. Os avanços obtidos na proposta de um Sistema Democrático de Relações de Trabalho e a eleição de um líder sindical operário à presidência da República em 2002, são fortes exemplos dessas mudanças e resultados da organização dos trabalhadores na CUT e sua luta incansável pela garantia e ampliação de direitos da classe trabalhadora.
Princípios
A CUT defende a liberdade e autonomia sindical com o compromisso e o entendimento de que os trabalhadores têm o direito de decidir livremente sobre suas formas de organização, filiação e sustentação financeira. A CUT não tem partido, mas tem lado, o dos trabalhadores.
Na perspectiva da construção de uma sociedade socialista, sem exploradores nem explorados, a CUT defende total independência dos sindicatos frente ao Estado, governos, patronato, partidos e agrupamentos políticos, credos e instituições religiosas e a quaisquer organismos de caráter programático ou institucional.
Para a Central, as lutas da classe trabalhadora são sustentadas pela unidade a partir da vontade e da consciência política dos próprios trabalhadores.
Estrutura
A CUT se organiza em dois níveis:
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- Organização Horizontal: além da estrutura nacional, a CUT está organizada em todos os 26 estados e no Distrito Federal: CUTs estaduais.
- Organização Vertical: organizações sindicais de base e entidades sindicais por ramo de atividade econômica: sindicatos, federações e confederações.
A Central também conta com organismos para o desenvolvimento de políticas específicas e assessoria: Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS), Instituto Observatório Social (IOS), Instituto Nacional de Saúde no Trabalho (INST), além de sete Escolas Sindicais e uma Escola de Turismo e Hotelaria.
Histórico
A Central Única dos Trabalhadores foi fundada em 28 de agosto de 1983, na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat). Mais de cinco mil homens e mulheres, vindos de todas as regiões do país, lotavam o galpão da extinta companhia cinematográfica Vera Cruz e imprimiam um capítulo importante da história do país.
Naquele momento, desde 1964, perdurava no Brasil o regime militar, caracterizado pela falta de democracia, supressão dos direitos constitucionais, perseguição política, repressão, censura e tortura. Porém, no final da década de 1970 e meados dos anos 1980 inicia-se no país um amplo processo de reestruturação da sociedade. Este período registra, ao mesmo tempo, o enfraquecimento da ditadura e a reorganização de inúmeros setores da sociedade civil, que voltam aos poucos a se expressar e a se manifestar publicamente, dando início ao processo de redemocratização.
Neste cenário de profundas transformações políticas, econômicas e culturais, protagonizadas essencialmente pelos movimentos sociais, surge o chamado “Novo Sindicalismo”, a partir da retomada do processo de mobilização da classe trabalhadora. Estas lutas, lideradas pelas direções sindicais contrárias ao sindicalismo oficial, corporativo e pelego, deram origem à Central Única dos Trabalhadores, resultado da luta de décadas de trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade pela criação de uma entidade única que os representasse.
O nascimento da CUT como organização sindical brasileira representa mais do que um instrumento de luta e de representação real da classe trabalhadora, um desafio de dar um caráter permanente à presença organizada da classe trabalhadora na política nacional.
Compromissos
O fortalecimento da democracia, o desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho são marcos estratégicos da CUT. A luta pela universalização dos direitos, bandeira histórica, é cotidianamente reafirmada com a participação ativa da Central na construção de políticas públicas e afirmativas de vários setores e segmentos da sociedade, com destaque para mulheres, juventude, pessoas com deficiência física, saúde, combate à discriminação racial, idosos, entre outras. Estas ações têm garantido e ampliado a participação da CUT em conselhos, mesas de negociação e fóruns públicos, espaços que tem ocupado com contribuições decisivas.
No campo da solidariedade internacional, a CUT tem trabalhado no desenvolvimento de estratégias conjuntas para o enfrentamento de políticas neoliberais – de privatização, de concentração de capital e altos lucros – que ferem a soberania nacional e proliferam práticas especulativas, resultando na precarização das condições e relações de trabalho.
Na área do desenvolvimento solidário, as ações da CUT visam promover a inclusão social, por meio de novos referenciais de geração de trabalho e renda, e de alternativas de desenvolvimento.
Esses processos são articulados à formação política e capacitação dos trabalhadores, a partir da concepção de Educação Integral e seu papel emancipador.
Desde a sua origem, a CUT tem se firmado como a maior organização sindical construida pelos trabalhadores no Brasil.
Representantes atuais do Sindijus na CUT:
- Plínio Pugliesi, técnico judiciário do TJSE e secretário de Comunicação da CUT/SE
- Saullo Guedes, técnico judiciário do TJSE e membro da Direção Estadual da CUT/SE
Conheça mais:
CUT Brasil: www.cut.org.br
CUT Sergipe: www.cut-se.org.br