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Luta dos aposentados por direitos ocupa a frente do Palácio dos Despachos

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Com amor à vida, aposentadas e aposentados fazem protesto em clima de carnaval na luta por assistência médica, respeito aos direitos, à aposentadoria sem cortes e para que o governador devolva os 14%

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O Dia das Aposentadas e dos Aposentados nesta quarta-feira, 24 de janeiro, começou com manifestação em defesa dos direitos de todos os trabalhadores que dedicaram muitos anos de sua vida ao trabalho e agora não podem ser massacrados com desassistência médica e cortes na aposentadoria. Engajada nesta luta, a Central Única dos Trabalhadores (CUT- Sergipe) e sindicatos filiados participaram de um protesto na manhã de hoje, na porta do Palácio dos Despachos, em Aracaju.

Mais de 150 professoras e professores, organizadas no Sintese, vieram de vários municípios sergipanos para protestar pela devolução dos 14% descontados das aposentadorias e por melhorias no atendimento do Ipesaúde.

A professora Maria Luci Lima Santos, diretora do Departamento de Aposentados do Sintese, recorda que por mais de dois anos, aproximadamente 6 mil professores aposentados sofreram retenção mensal de 14% de suas remunerações. Luci explicou que foram cortados valores correspondentes a uma perda mensal de R$ 800, R$ 600, que variavam a depender de cada remuneração.

“Não foi só o professor aposentado que foi massacrado, mas todos os servidores públicos do estado de Sergipe. Ainda na gestão de Belivaldo Chagas acabaram os cortes na remuneração, mas nós, do Sintese, não esquecemos que o Governo de Sergipe ‘meteu a mão no nosso bolso’. Esta atitude inconstitucional não pode ser aceita. Queremos a devolução de tudo o que foi retirado da nossa aposentadoria por mais de 2 anos”, comentou a professora Luci.

Coordenadora de Aposentados e Pensionistas do Sindijus, Sara do Ó lembra da amargura que foi ter desconto de 14% na remuneração dos aposentados do Judiciário, pois covardemente o governo Belivaldo optou em tirar da parcela mais vulnerável: os aposentados.

Sara ressaltou que os aposentados precisam ser tratados com respeito pela contribuição do seu trabalho que é fundamental para a atual geração de trabalhadores. Desta forma, o Sindijus vai aproveitar a data para prestar homenagem aos aposentados. “O aposentado brasileiro precisa ser respeitado e mesmo não estando nos locais de trabalho, estão presentes nas lutas pelos direitos, inclusive, daqueles que estão na ativa. Então, a nossa celebração será com mais luta, pois somos aposentados, sim; mas inativos, nunca”.


Corte de 30% na aposentadoria

Ainda mais drástica a situação dos aposentados que há anos sofrem cortes de 30% em suas aposentadorias. O problema atormenta aposentados da Petrobrás, da Caixa, do Banco Brasil e de outras empresas públicas que têm seus próprios Fundo de Pensão.

Os petroleiros aposentados Luiz Garcia (dirigente da CUT Sergipe) e Ivan Calazans (Conselho Fiscal do Sindipetro/SE) sofrem com este corte de 30% em suas aposentadorias, justificado por equalização dos Planos de Pensão, o que resulta numa redução média de R$ 3 mil da remuneração de petroleiros e bancários, entre outras categorias de trabalhadores.

“É importante a unidade dos aposentados na luta contra esses cortes. Isso está tirando o poder de compra desses trabalhadores. O nosso plano está em equacionamento, o que está desorganizando a vida de idosos e atrapalhando a sua sobrevivência e de seus familiares. Essa situação foi criada no governo passado, o quanto antes precisamos reverter este problema. Alguns companheiros da Petrobrás tiraram sua própria vida angustiados e sem conseguir lidar com os problemas. Se faz necessária uma união dos aposentados para resolver esse problema de vez”, afirmou Ivan Calazans.


Pelo respeito aos aposentados, é preciso mudar política nacional

Enquanto a população brasileira de aposentados e idosos cresce alcançando índices inéditos na história nacional, em janeiro de 2024 ainda não existem as políticas públicas de amparo por melhores condições de vida para esta população, o que seria condizente com o atual cenário nacional.

Hoje 22,2 milhões de brasileiros têm mais de 65 anos de idade, portanto os idosos no Brasil correspondem ao índice recorde de 10,9% da população.

“O que se vê são aposentadorias cada vez mais insuficientes para pagar contas e despesas pessoais, somando-se à precarização do trabalho e o fechamento de diversos postos de trabalho, obrigando-os a retornar ao desigual mercado, pela crescente necessidade de trabalhar para ajudar seus familiares. As reformas impostas no desgoverno anterior dificultaram a obtenção da aposentadoria, com aumento nos tempos de serviço e de contribuição, além de diminuir os seus valores”, declarou Luiz Garcia, que além de dirigente da CUT Sergipe, é Diretor de Relacionamento Institucional da FCEPE – Federação dos Clubes dos Empregados da Petrobras.

Para Luiz, a única ‘arma’ do aposentado contra esta política de massacre é o voto. “As reformas impostas no desgoverno anterior dificultaram a obtenção da aposentadoria, com aumento nos tempos de serviço e de contribuição, além de diminuir os seus valores. Tirou direitos e empobreceu os aposentados, justamente num momento em que dispara no país a população com mais de 60 anos, sem que haja pelo estado a devida preocupação pela garantia da cidadania, direitos sociais e políticos, para um envelhecimento digno, saudável”, afirmou.


Problemas com o Ipesaúde

Saúde é assunto de importância crucial para as aposentadas e aposentados. Portanto, nesta quarta-feira, dia 24 de janeiro, Dia do Aposentado, a luta também é por melhorias no atendimento médico oferecido aos servidores públicos e seus familiares filiados ao Ipesaúde.

A diretora do Departamento de Aposentados do Sintese, Maria Luci, lembrou que teve aumento de 4% no valor do Ipesaúde, mas a qualidade da assistência médica não atende às necessidades dos aposentados.

“O serviço prestado pelas clínicas terceirizadas precisa melhorar muito ainda. A saúde é um elemento chave, é prioridade para a população idosa. A gente procura se tratar, fazer a prevenção, mas quando chega lá não consegue marcar, não consegue acessar a assistência médica”, comentou a professora aposentada.

Maria Luci tentou agora, em janeiro de 2024, fazer um exame simples de ultrassom abdominal, porém a clínica credenciada ao Ipesaúde lhe informou que só tem vaga para que ela faça o exame no mês de junho. Assim, Luci frisou que a assistência à saúde das aposentadas e dos aposentados é outro ponto fundamental que precisa melhorar.

Acesse as redes sociais da CUT Sergipe e confira mais vídeos e fotos da manifestação que também contou com a presença de dirigentes do SINDOMÉSTICO, SINDIJUS e SINDIFISCO. No Instagram da CUT Sergipe, confira o depoimento emocionante da professora Ana Lúcia, que apesar da saúde fragilizada, não abriu mão de participar do protesto do Dia dos Aposentados.



Fonte: CUT Sergipe