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CUT e Ministério do Trabalho abrem diálogo sobre a lei de cotas para PCDs

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Dirigentes da central afirmam que a lei é boa; após reunião no ministério, lideranças devem ampliar o diálogo por novos mecanismos de cumprimento da lei


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A lei de cotas que garante o acesso de Pessoas com Deficiência ao mercado já tem 32 anos, mas mesmo assim apenas 30% dos PCDs com idade para trabalhar estão, de fato, trabalhando.

A eficácia da lei e a necessidade de novos mecanismos para que ela seja cumprida foi a pauta de uma reunião entre dirigentes do Coletivo Nacional de Pessoas com Deficiência da CUT e o Ministério do Trabalho e Emprego, realizada no início do mês.

O secretário-adjunto de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT, Ismael José César, participou do encontro e afirmou que o ministério está alinhado com a visão dos trabalhadores de que a lei de cotas é boa, e de que novas estratégias podem ser construídas em conjunto para garantir que a regra seja aplicada.

Uma das medidas discutidas foi a criação de um fundo próprio para o acesso de pessoas com deficiência ao mercado de trabalho. Hoje, as empresas que não cumprem a lei devem pagar uma multa, e o dinheiro arrecadado vai para o fundo geral da União.

“Entendemos que a lei é boa e não deve ser alterada em seus dispositivos. E nisso estamos [CUT e ministério] afinados. Agora vamos ampliar o diálogo para que ela cumprida. A ideia é fortalecer a lei, e jamais enfraquecê-la”, afirmou Ismael.

Quem recebeu o coletivo foi o assessor do ministro Luiz Marinho, Raimundo José da Silva. Além do secretário-adjunto, participaram do encontro Carlos Maciel, coordenador do coletivo, Adriana Marcolino, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Wagner Menezes, secretário de Transportes e Logística da CUT e Renato Zulato, Secretário-Geral da CUT.


Lei de Cotas

No Brasil há 17,5 milhões de Pessoas com deficiência (PCDs). Dessas, 10% já poderiam trabalhar, mas somente 30% estão no mercado de trabalho, empregado ou procurando emprego.

Nos empregos formais, apenas 1,1% eram ocupados por pessoas com deficiência em 2021.Nos cargos de chefia o quadro é ainda mais dramático: elas ocupavam apenas 0,5% dos postos de trabalho.

Já a informalidade atinge 55% das pessoas com deficiência, contra 39% das pessoas sem. Além disso, enquanto o rendimento médio das pessoas sem deficiência era de R$ 2.690, no mesmo ano, para os PCDs, esse valor ficou em R$ 1.860.

Somente 13% das grandes empresas estão em acordo com a iniciativa de inclusão. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).



Fonte: CUT Nacional